02 outubro 2007

A praga do DVD

«Ao chegar à sala, repara numa série de pessoas a ver televisão através de um projector vídeo. A projecção do filme seguir-se-ia, dizem-lhe. Mas, desconfiado, e não vendo à sua volta equipamento de projecção, o espectador dirige-se à jovem senhora italiana que o tinha anteriormente orientado para a sala. Pergunta-lhe se, por mero acaso, a projecção não será eventualmente em vídeo, quer dizer, pior ainda, de Dvd. A senhora demora um pouco a perceber a questão, como se nunca tivesse reparado na diferença que este espectador, talvez desactualizadamente, tentava estabelecer entre projecção de película e de Dvd. Que sim, que era de Dvd. Ah! O espectador esboça um sorriso, só acessível aos verdadeiramente ociosos, e sugere delicadamente à senhora italiana que talvez não fosse má ideia mencionar no programa, por sinal com uns tons de azul tão bonitos, que a projecção ia ser, precisamente, de Dvd. E que em português havia uma expressão muito gira, talvez a senhora italiana não conhecesse, que é a de «gato por lebre», que podia talvez ser usada para descrever a situação, apesar da generosa entrada gratuita.» (...)

André Dias in http://aindanaocomecamos.blogspot.com/2007/10/em-dvd.html

Eu pensava que as edições de filmes em dvd ou vhs eram exclusivamente para projecção privada, segundo o aviso geralmente constante nas caixas: «Toda a cópia, exibição, aluguer, troca, sub-aluguer, empréstimo, exibição pública, difusão ou emissão são proibidos por lei e farão incorrer em responsabilidade civil e criminal». Enfim, o que seria dos clubes de vídeo...

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